MULHER BAIXINHA É FOGO NA ROUPA!
Mocão e seus amigos, Congo, Ademir e Sapinho foram a uma festa junina no Bairro do Baú. Era um festão, com bandeira de São João, pipocas, quentão, milho cozido, cachaça à vontade, leilão de frangos e leitoas, música sertaneja e fogos de artifícios.
A festa estava tão boa que quem chegou às 11 da manhã, às 2 horas da madrugada ainda estava lá, namorando as caboclinhas da redondeza, vestidas a caráter. Os quatros encostaram na barraca de bebidas alcoólicas e começaram a beber cerveja. Já tinham tomado todas, mas ainda era cedo, pouco além da meia-noite. De repente, surge um caboclão barbudo, de uns 2 metros de altura, quaiaca na cintura, botas de cano alto, camisa desabotoada, olhos vermelhos e de súbito, dá um empurrão em um dos jordanenses, gritando: “Vamos brigá!” O Congô, assustado disse ao Mocão: “O que eu faço, o grandalhão está me chamando para a briga!” Mocão com aquele jeito de caboclo filósofo, fala mansa, já meio pastosa, olhou para o grandalhão e disse: “Olha, moço, ninguém aqui é de briga. O senhor procure alguém de outra barraca!” O caipirão valente, que já estava meio chumbado, mas era forte pra xuxu, deu um empurrão no Ademir, chamando-o para briga. O Ademir, limpou a boca de onde escorria espuma de cerveja e respondeu: “Olha, moço, não vem aqui no Baú para brigar com ninguém. O senhor desafie outra pessoa. Puxa! Tem tanta gente aqui e o senhor vem me chamar para a briga?” O grandalhão não se convenceu e deu um empurrão no Sapinho, que, desprevenido foi logo falando para o Mocão: “Olha, é melhor a gente ir embora, que esse homem está procurando encrenca e estragando nossa festa!” Os quatros jordanenses já estavam pedindo a conta para ir embora, quando inesperadamente aparece na cena uma senhora bem baixinha, já de cabelos brancos, encarquilhada, com vestido comprido abaixo dos joelhos, mas de passo firme. Ela grita para o valente grandalhão: “Seo safado, vagabundo, bêbado! Vamos pra casa que a janta está na mesa há duas horas!” Quando o grandalhão resmungou alguma coisa, a mulher baixinha, deu um tremendo tapa no grandalhão que, desequilibrado, espatifou-se ao chão, de costas. Os quatro jordanenses começaram a dar risada com a valentia daquela mulherzinha, esposa do valentão. O Mocão, que é meio filósofo, tomou mais uma talagada de cachaça, deu a famosa cuspida ao chão para os santos e disse aos companheiros, vendo o valentão caído de costas ao chão: “Pois é, é o que eu tenho sempre falado prá ocês. Olha aí deitado o valentão que queria brigar com a gente. Essa velhinha é pior do que coisa-ruim, mais sarvô a honra de nóis quatro!” E emendou: “Mulher baixinha é fogo na roupa!”
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