SONHO REALIDADE
Desde tenra idade, não sei por quê, queria ser advogado. Com 7 anos de idade, no dia de meu aniversário, em festa que minha mãe preparou, rodeado da criançada, meu pai pegou um caixote, levou-o à sala, pediu que eu nele subisse e dissesse o discurso do Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato derrotado nas eleições presidenciais de 1.945, quando venceu Getúlio Vargas. Subi nele e disse o discurso cujas últimas palavras eram mais ou menos assim: “À uma era em que os ricos sejam menos poderosos e os pobres menos sofredoresâ€. A molecada aplaudiu e meu pai disse: “Esse menino, um dia, vai ser advogadoâ€. E fui, vocacionado, pois se tivesse que escolher entre ser advogado ou ser o PrÃncipe de Gales, com certeza, teria escolhido ser advogado.
SONHO NÃO REALIZADO
Sempre sonhei em ser jornalista. Com o curso de Direito, queria fazer a Escola de Jornalismo Cásper LÃbero simultaneamente. Mas, o dinheiro não dava e os horários não coincidiam. Escrevo desde os anos 50 em jornais, pois era redator do jornal “O Colegial†do Grêmio Estudantil Jordanense, o primeiro jornal impresso dos estudantes de Campos do Jordão. De lá para cá, escrevo nos jornais locais e regionais há 57 anos aproximadamente. Foi uma frustração em minha vida não ser jornalista.
O QUE ACONTECEU
Ocorre que, em certo tempo, o Ministério do Trabalho expediu instruções que concediam carteira profissional a pessoas que, embora não graduados em Escola de Jornalismo, provassem que exerciam essa atividade. A questão foi parar no Superior Tribunal de Justiça, porque o Sindicato de Jornalistas e as Escolas de Jornalismo ingressaram em JuÃzo para obstacular essa concessão, pois exigiam a graduação em Escola de Jornalismo.
Uma ministra do STJ resolveu conceder uma medida liminar permitindo a concessão de carteira profissional de jornalista a pessoas não graduadas, mas que provassem o exercÃcio da profissão, alegando que a escola não faz o bom jornalista e a vedação seria inconstitucional.
Juntei mais de uma centena de trabalhos jornalÃsticos, desde 1950, locais e regionais, requerendo a expedição de carteira profissional, e eis que por fim consegui o anseio desejado. No mês de janeiro de 2.008, com muita emoção, recebi do Posto do Ministério do Trabalho a carteira de jornalista profissional. Mas esse sonho realizou-se 57 anos depois do seu nascimento. Por isso, outro dia, escrevi na imprensa local uma crônica: “Sonhar é preciso''
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